Por Barbara Souza dos Santos, Fernando Ramoel Amorim Santana, Luanna Lennon Neves Mello e Maria Natália Leite de Medeiros-Santana
Sim! As fissuras de lábio e/ou palato isoladas (sem síndromes ou outras anomalias associadas) não vão impedir o seu bebê de começar a produzir sons e aprender a falar.
No entanto, é preciso ter atenção e acompanhar a saúde auditiva da sua criança para evitar que problemas na orelha, como otites (infecção) de repetição, interfiram na aquisição adequada dos sons da fala. Sem ouvir bem, qualquer criança poderá ter o aprendizado dos sons e da fala comprometido.
Outra situação que pode interferir no aprendizado dos sons e desenvolvimento da fala está relacionada à superproteção dada a algumas crianças. Por se preocuparem muito com os filhos ainda pequenos e com fissura labiopalatina e por não receberem orientações da equipe de profissionais, alguns pais limitam as experiências dessas crianças quanto à estimulação do desenvolvimento da fala. Como? Falando pela criança, não reforçando as tentativas de comunicação dela e não estimulando a produção dos sons de maneira adequada.
Nos casos em que a fissura atinge apenas o lábio, ou seja, o palato (céu da boca) está preservado, nenhuma alteração no aprendizado dos sons é esperada. Isso acontece porque o palato é o responsável pelo direcionamento do ar para a boca e por não deixar que esse ar escape para o nariz durante a produção da maioria dos sons da fala.
Já quando a criança apresenta fissura no palato ainda não operada, a comunicação entre a boca e o nariz é inevitável. Assim, é possível que algumas alterações na fala sejam observadas na tentativa de compensar a fissura no palato mole. Para estes casos, existem orientações específicas para e estimular a produção dos sons adequadamente e evitar que problemas de fala se instalem.
Gostaria de saber mais a respeito? Deixe as suas dúvidas e comentários! Ficaremos felizes em responder!
Referências
Alves BC, Oliveira RP, Dutka JCR. Prevenção de Alterações de fala em bebês com fissura labiopalatina. Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/USP) - Bauru-SP.
Genaro KF, Fukushiro AP, Suguimoto MLFCP. Avaliação e tratamento dos distúrbios da fala. In: Trindade IEK, Silva Filho OG. Fissuras labiopalatinas: Uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Santos, 2007, p. 109-122.
Matos EF, Gomes NR, Dias FAM. Estimulação de linguagem e fala em crianças com fissura labiopalatina. In: Jesus MSV, Di Ninno CQMS. Fissura labiopalatina: Fundamentos para a prática fonoaudiológica. 1 ed. São Paulo: Roca, 2009, p. 48-56.
Pegoraro-Krook MI, Marino VCC, Dutka JCR. Avaliação das alterações de fala na fissura labiopalatina e disfunção velofaríngea. In: Silva HJ, Tessitore A, Mota AR, Cunha DA, Berretin-Félix G, Marchesan IQ. Tratado de Motricidade Orofacial. São José dos Campos: Pulso, 2019, p. 695-706.
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